segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Liso que te quero liso...

Ao contrário de minha amiga Karla eu simplesmente amo escova, posso dizer até que mantenho com ela uma relação sado-mazô.
Este ano, meu relacionamento com a escova completa 18 anos. Eu tinha 10 quando me recusei a prestigiar a apresentação de ballet de uma amiga por causa do meu cabelo que não é nem liso, nem enrolado, mas é muito, muito armado. Neste dia, minha mãe me mandou ao cabeleireiro Elvis, era vizinho de casa e lá ele me fez uma escova, daí, quando eu senti os meus cabelos balançando... eu me emociono só de pensar... percebi que aquele era o cabelo que eu queria ter para sempre
Os tempo passou e grande parte da minha mesada foi gasta no cabeleireiro, com escova sempre que possível, até que eu entrei na faculdade e lá conheci a Nice, minha amiga cabeleireira, as pessoas custavam a acreditar que eu atravessava a cidade todo santo sábado só para fazer escova de graça, quer dizer, de graça não, na permuta, eu emprestava a ela os textos da faculdade, ajudava estudar e em troca ela me deixava com o cabelo que eu mereço ter.
Foi em 2005 que minha vida sofreu uma importante mudança, minha primeira escova progressiva, dinheiro juntado de quase um ano inteiro mais o presente de natal do nono e um cheiro insuportável que quase me levaram a dormir na sacada do apartamento, mas o resultado, ah o resultado... Quando eu lavei o cabelo, sequei e ele continuou voltando depois de ser jogado para trás, balançando, as presilhas escorregando cabeça abaixo e a franja atrapalhando a leitura me fizeram compreender porque a propaganda diz que existem coisas que o dinheiro não compra.
Em alguns anos a progressiva se popularizou bastante para o bem e para o mal, a ANVISA meteu o bedelho onde não devia, “regulamentou” a fórmula que perdeu grande parte do seu poder, mas mesmo assim continua sendo indispensável em minha vida, é uma despesa fixa, a cada três meses lá estou eu passando a manhã ou a tarde no salão da Cássia.
Bem, mesmo com o advento da progressiva, eu preciso dizer que nada, nada mesmo substitui uma escova daquelas, onde o cabeleireiro puxa até a sua alma e coloca aquele ar quente no seu cabelo depois de lhe ter proporcionado um momento ímpar no lavatório e quando você pensa: “porque eu me submeto a isso” vem a resposta no espelho, um cabelo lindo brilhoso, liso e que te faz sentir absoluta.



P.S.: Tem uma enquete aí onde estão perguntando sobre os próximos nubentes, gente do céu, parece que Karla e eu nos casaremos, porém isso não procede, eu sou apenas solteirona e não sapatão..

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