quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Saudades?

Já teve saudades de uma coisa que não deu certo?
Um emprego que você perdeu, ou não quis?
Uma viagem que você não fez? Ou que foi uma droga?
E de alguém? Ah...
As saudades dos “alguéns” é que são elas. E é delas que falo.
E não é saudades dos amigos que a gente perde.
Estou falando daquelas saudades daquela pessoa que te arrasou o coração; ou que você deixou em pedaços.
E, entendam, não é aquela saudade imediata pós-perda, que é absolutamente normal.
É uma saudade que vem assim quando você já se recuperou, superou e, até mesmo, esqueceu totalmente o fatídico indivíduo, ou o quão derradeira foste tu.
Você está lá, jogando videogame, penteando o cabelo ou fazendo um Recurso Especial e, de repente, bam! Aquela pessoa te vem à mente e junto vem uma saudade. Mesmo que você não a queira ver pintada nem de ouro. Nem se ela vier te trazer os muitos milhões acumulados da mega sena.
Mas, a saudade está lá, inegável, inafastável, inexplicável.
Você fuça uns e-mails antigos. Procura uma fotografia para lembrar direito como era o sujeito.
Às vezes fica até tentando entender o porquê você estava mesmo tão apaixonada. Ou porque achava que estava.
De vez em quando eu tenho essas coisas... Essas saudades.
É até estranho dizer que é saudade, porque se eu sinto falta da minha irmã, por exemplo, eu quero vê-la, ouvir sua voz, brincar com os seus cabelos cacheados, sentar e tomar uma cerveja para ver o tempo passar. Sabe? Aquela coisa da necessidade da presença da pessoa, para te apaziguar a alma.
Agora, essas outras saudades... São estranhas. Não quero ver as pessoas, ouvir as suas vozes, saber que cheiro elas têm agora. Às vezes, na verdade, nem sequer saber se estão vivas.
É uma saudade que não é pessoal.
Já pensei que podia ser, na verdade, uma saudade de algo e não de alguém. Uma falta de uma situação vivida, de um momento, em que aquela pessoa, por acaso amoroso, estivesse envolvida.
Ah, sim, é claro que estas saudades existem. Mas, não é este o caso.
Estou falando de outra coisa. Como, de repente, você lembra que fulano era legal, cantava bem, tinha uma risada engraçada... Sei lá, destas coisas que são intrínsecas a uma pessoa, mas que não são necessariamente definidoras do caráter e da personalidade dela... Antes, são quase como conseqüência do que ela é.
É como se algum deles, um dia, lembrasse de como eu sou descabelada, e sentisse falta disso. Umas saudades da minha pessoa despenteada.
E nem é uma saudades lamentosa. Do tipo “ah, fulano não está mais aqui”. Não, nada disso.
Não quero outra pessoa ao meu lado, a não ser a que está.
É só uma coisa assim, sabe?
Como quando você acabou de comer uma coisa muito gostosa, que você adora, e aí lembra do gosto.
Ou quando você boceja depois de ter dormido bem demais.
Não te dá vontade, porque você está satisfeito, mas, você sente... Saudades?

Um comentário:

  1. Será saudades?
    Às vezes acho que são só recordações; saudades vc sente de algo que já viveu, mas que gostaria de viver novamente, enquanto que recordar de certas pessoas, ou situações, ou pessoas em determinadas situações, é só mais um exercício de reflexão, para percebemos o quanto evoluimos (ou involuímos) enquanto indivíduo...
    Será?
    Será tudo isso ou será nada disso? rsrs

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